depois do próximo outono
algumas cidades já estarão incendiadas
algumas calçadas haverão acolhido em seu colo de concreto
cadáveres dos filhos de alguém
vários jornais estamparão fotos de ilustres desconhecidos
flanando em belo e rebelde desfile
crianças aprenderão o que o gesto;
o grito silencioso, o urro,
de um punho erguido
significa
enquanto do outro lado da praça
o balé improvisado de se esquivar da morte
no dorso fúnebre
de uma avenida em marcha
e
ao seu redor,
os seus
ao redor do seus,
nós
em volta de nós;
juntos
cada
um
um
universo
venho pensando _ “pessoas são estrelas”
ultimamente
sempre que olho pro céu
acredito num certo tipo de
novo e estranho
Deus
que suspira ao redor e move o ar à sua volta
e esse Deus se chama RUA
e esse Deus se chama RUA
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5 comentários:
Grando Robisson! Algo está por vi ai, meu amigo, espero estarmos vivos para ver. Abraço
parabéns pelo poema. interessantíssimo. ótima escolha das palavras, é o tipo de poema que costumo dar muito valor.
abraço.
Averde-Azul.
O Lobo vai perdendo de vista a Danação/
Averde/
"Pera'í seu Lobo - pera'í!
Olha só - logo ali":
Um Rola-Bosta vai ali no maior pau.
Averde.Azul.
Tem um jeito muito peculiar e personalístico de escrever. Como gosto de poesias, encontrei muita riqueza em seu espaço.
que bonito isso. bonito!
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