domingo, 25 de julho de 2010

Destino : autor desconhecido




Peguei estrada às 7 da manhã.

Novamente o puro autoconhecimento da estrada. Mas sei também que há junto comigo, enormes amigos sobrevoando meus passos . Sempre.

Não digo sobre a solidão que existe no coração, quando se apaixona por alguém que não se apaixona por você, ou quando acaba um namoro ou "affair".
Nem talvez a solidão dos ônibus coletivos ou metrôs, cercado de pessoas todas imersas em si, evitando encontrões ou disputando bancos e poltronas.
Nem mesmo a solidão geográfica do estranhamento ao se deparar numa outra cidade em nova faculdade ou emprego.

Digo sobre a transcedental e fantástica solidão ao estar só e ao mesmo tempo confiante e de mãos dadas com o acaso, da permissividade consentida para que o destino aja em sua vida recolhendo as oferendas predispostas na trajetória dos dias.

Há de habitar em si o signo da oportunidade e instituir como bandeira, cravada nos ombros, a aritmética imutável do tempo considerando o futuro equação indivizível.

O futuro é sempre 10 dividido por 3.
Infinito.

O passado é 2 mais 2.
Concreto.

A estrada, portanto, destila sobretudo a máxima... "nada será como antes".

Nasci em Janeiro sou de Aquário, mas ultimamente o signo que profeça minha vida é o desconhecido. Distraído, andava em falta com meu velho amigo. No fim, ele sempre esteve comigo, e eu relapso, não intuía que meu DeuS sempre foi ele.
Erroneamente, rezava por terreiros e catedrais, ajoelhado e imbuído sobretudo de saudade. E saudade sempre tem a ver com o passado.

Foi quando ela me disse, roçando os dedos no meu rosto.

_ Pra que isso menino? Veja que vontade e desejo,inversamente, sempre sugerem e apontam para o futuro.

Sorri, me levantei, pus meus colares no peito novamente e continuei a caminhar.

3 comentários:

Velharia disse...

Cada vez que leio mais verdade em seu texto, sei que você é composto das verdades agora.
Texto bom assim? Consigo sentir verdade. Verdade é bom de ler. Parabens e tudo de bom, já tem alguns textos seus que leio e sinto essa coisa mágica da literatura, a verdade que suas palavras podem me dar, seus olhos que não sei onde estão mas me mostram mundos que nunca verei.

A.R. disse...

Muito, muito, muito bom...
Gosto de ler esse Robisson!
Paz pra vc, sempre!

Andrea disse...

"Toda saudade tem um pouco de velhice"
Velho e bom G. Rosa