domingo, 23 de dezembro de 2007

13 poemas ácidos no bolso da calça



Esse ano publico meu livro de poemas, "13 poemas ácidos no bolso da calça".
Crianças coloquem as línguas pra fora ....
Ahhhhhhhhhhhhhhhhh
Já convido a todos para a grande vernissage em banheiros públicos que realizarei no lançamento...
Evoe ...

.

19 de dezembro de 2007


Uma dorzinha no peito, que não pára... um longo suspiro, como se fosse sempre o nome de alguém que gosta

Olhar perdido; mais perdido que turista em cidade nova, jogado num táxi em noite chuvosa

Nem os gatos miando e lambendo uns aos outros, lhe fazem sorrir ...

Tristeza é comichão na alma
é como incêndio no interior mais profundo e escuro da floresta
Ninguém consegue apagá-lo ...

No fim; conjugar o verbo amar no intransitivo amargo
Cuspindo essa saliva fétida, mesmo assim o gosto não sai da boca, falta o beijo que não existe mais

Nessa vida, amar não basta

Para uns amigos que se mudaram para Januária, às margens do Velho Chico



Embaixo do raso passo abrigo o laço
das amizades das distantes cidades
me embrenho em frestas e cheiro suas folhas
desafio o compasso com que imaginam meus atrasos
me despeço breve esperando outro encontro chegar
te abraço fácil pros amigos relembrar

Evito amofinações e improviso sérios sorrisos
acabrunhado, relendo os livros do século passado
não derrubo os copos tortos sobre as mesas coloniais

Arranho a pele com pedra sabão pros cheiros dela apagar
não deixar mais que mil vezes recados pra você me ligar
tremer, sentir, pular, pulsar, andar na corda bamba
montar num dia à tarde uma banda de samba
não se entristecer com a vida, tamanha seja a sua manha

Mas abrigar temporais no peito causa ânsia, despende força
descola as retinas e traz leve agonia nos dias ...

Enfim, devoramos gente
pros olhos
de vez
embebedar
* Este poema é dedicado a Valéria, Rodrigo Biroska, Yara e Sidvan ...

O poço e o pêndulo



Esticou em um prato a metade primeira de si próprio.

Inalado, percorreu em direção ao cérebro um trajeto perpendicular ao abismo; foi quando se deu conta de que precisava de mais de si.

Cheirou-se.

Em meio à euforia de cores e desatinos - seguidos de alguns minutos para reflexão -, lembrou-se de que cheirava, ali, o Renoir adquirido por sugestão de uma das filhas, assim como já cheirara ternos, motos, a Fender autografada por Clapton... prato limpo!

Há dias naquela espelunca, sozinho e em fim de carreira, descobriu que cheirava mal.
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Esse poema não é meu, é do amigo Muryel de Zoppa, e depois de tê-lo na boca (o poema, não o Muryel) por três oportunidades nos últimos dias, tomei a liberdade de posta-lo aqui.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A Orelha de Van Gogh


Acordei ...
Uns travesseiros sujos sobre a cama,
e sua bunda toda cheia de espinhas, me parecia Van Gogh ...
Na pior Goya