sábado, 29 de agosto de 2009

Poema Elétrico




Chegou em casa, excitado e suado.

Pegou na gaveta a Câmera Yashica.
Tirou uma foto digital da palma da sua própria mão.

Sentou na escrivaninha e ligou o laptop.
Abriu o Photoshop.

Precisava ao menos tentar urgentemente mudar, o que a cigana havia lhe dito sobre seu futuro, lendo as linhas da palma da sua mão.

Caro Sete


"Li, tomei e re-tomei os seus 13 poemas ácidos. E o resultado foi uma viagem realmente fantástica; e o melhor de tudo, "baseado" em ondas reais.


Graças a seus ácidos e o santo, destinatário comum de todos os tragos, deixou de ser um alcoólatra anônimo. Por isso, daqui pra frente, nas cotidianas bardisséias – que inevitavelmente começam pelo Verde –, os tragos destinados às entidades divinas já poderão ser remetidos nominalmente e, inclusive, embalados por trilha sonora.

Gostaria ainda de deixá-lo a par dos motivos de identificação pessoal com seu livro. Não sei se é do seu conhecimento, mas também fui contemplado pela lei de incentivo e lançarei um livro de contos este ano. PÁRA-RAIO DE LOUCOS é o nome, já o gênero, talvez, possa ser o realismo fantástico. De qualquer modo, algumas passagens de seu livro se encontram também mencionadas no meu, como, por exemplo: o diálogo no bar-verde com o seu Dercino; a menção à teoria dos macho alfa mais do baiano; e a “homenagem” ilustrada ao bar verde no seu livro frente à epígrafe posta do meu. Por isso, ao lê-lo, não pude deixar de me emocionar bastante, afinal, com tantas menções, quem sabe um dia não universalizemos a coisa.

Por fim, como não podia deixar de ser, já pincelei um de seus versos para fazer epígrafe a um de meus contos – que acontecia eu estar a escrever justamente no final de semana do lançamento dos 13 POEMAS. Por isso corro contra o tempo, na tentativa de registrar isoladamente esse conto para ver se ainda consigo inseri-lo no livro; mas, de qualquer modo, com ou sem a publicação imediata, havendo oportunidade lhe mostro em mãos.

No mais, deixo novamente os meus parabéns e convido-lhe para seguir o blog – pararaiodeloucos.blogspot.com – que estarei administrando a partir deste mês.

Forte abraço


Borboleta"



Meu Pai


Meu pai morreu numa noite de Natal 24 de dezembro
De motivo misterioso, coisa à época impossível de se evitar
E eu que nunca fui religioso passei a não dar valor nenhum ao dia de Natal

Uma lembrança

Missa de Sétimo Dia, exatamente na noite da Véspera de Ano Novo de 1997
Todos ansiosos pra que a Missa acabasse e pudessem sair
e comemorar menos um ano de suas vidas.

Ao final, sumiram como fumaça.
E eu que nunca fui humanista passei a não dar valor nenhum ao ser humano

Voltamos pra casa eu, meus irmãos e minha mãe, agora sem meu pai

Hoje umas coisas mudaram
continuo não acreditando na religião mas creio completamente no homem


Rezo todos os dias pra mim mesmo
Meu único dEUs


terça-feira, 25 de agosto de 2009

Clássicos empoeirados da minha estante

O bom e velho Tim Maia era doidão, era gordaço e era foda...
Ultimamente, tenho ouvido que a biografia do Nelson Motta é bem legal, que vale a pena ser lida... não é só aquelas "quem comeu quem".
Ela Partiu é realmente um clássico e me lembra uma epóca muito boa da vida.
República da Rua Planalto ... ê laiá.
.


Ela partiu
Partiu e nunca mais voltou
Ela sumiu, sumiu e nunca mais voltou
Se souberem onde ela está
Digam-me e vou lá buscá-la
Pelo menos telefone em seu nome
Me dê uma dica, uma pista, insista
Ei! e nunca mais voltou

Ela sumiu, sumiu e nunca mais voltou
Ela partiu, partiu
E nunca mais voltou
Se eu soubesse onde ela foi iria atrás
Mas não sei mais nem direção
Várias noites que eu não durmo
Um segundo
Estou cansado
Magoado exausto
E nunca mais voltou

Tim Maia

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

No Domingo 23 poemas ácidos no Jornal Correio

Poizé ...

O Jornal Correio fez um papo comigo, em função do lançamento dos poemas visuais e sobre outros assuntos.
Saiu na edição de ontem, domingo, quem quiser pode ler aqui ô...



Domingo 23
Jorge Ben Jor

Domingo 23, Domingo 23
É dia de Jorge
É dia dele passear
Dele passear
No seu cavalo branco
Pelo mundo prá ver
Como é que tá
De armadura e capa
Espada forjada em ouro
Gesto nobre
Olhar sereno
De cavaleiro, guerreiro justiceiro
Imbatível ao extremo
Assim é Jorge
E salve Jorge viva viva viva Jorge
Pois com sua sabedoria e coragem
Mostrou que com uma rosa
E o cantar de um passarinho
Nunca nesse mundo se está sozinho
E salve Jorge
E salve Jorge
Domingo 23, Domingo 23
É dia de Jorge
É dia dele passear
No seu cavalo branco
Pelo mundo prá ver
Como é que tá
De armadura e capa
Espada forjada em ouro
Gesto nobre
Olhar sereno
De cavaleiro, guerreiro justiceiro
Assim é Jorge
E salve Jorge viva viva viva Jorge
Pois com sua sabedoria e coragem
Mostrou que com uma rosa
E o cantar de um passarinho
Nunca nesse mundo se está sozinho

Beijos

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Série "poemas visuais de banheiro"

Em comemoração aos 2 anos do Hotel Sete, eu e a ArtAttack fizemos uma série de poemas visuais, como estes abaixo, que serão expostos nos banheiros da cidade, dos bares, rodoviárias, pardieiros e casas de família.

O lançamento será sexta 21 no Bar Saideira - Rua Princesa Izabel 816 Fundinho.






segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Dois anos de Hotel Sete.


daqui há alguns dias esse blog faz dois anos. sexta 21 de agosto.
pensei em dar uma festinha.
pensei em pular da ponte com a chave do cadeado de casa no bolso.
pensei em arregaçar as mangas e ir pra esquina fazer ponto.
pensei em mudar de nome e cidade, depois de fazer conta na casas bahia.
pensei em me indispor com o primeiro transeunte que pisar no meu pé na fila do terminal.
pensei em pedir ela pra casar.
pensei em beber uma coca cola.
pensei em adiantar minha declaração de imposto de renda
pensei em cancer de próstata.
pensei em você.

mas ainda estou em dúvida.

...

Clássicos empoeirados da minha estante


ando revirando minha coleção de discos, CD's, vinis e até minhas fitinhas dos anos 90, achando achados e reencontrando velhos conhecidos.
ouvindo o disco do Martinho da Vila, "Canta canta minha gente" de 74, topei com essa pêrola, orquestrada divinamente pelo George Martin do samba, o senhor Rildo Hora.
pra quem gosta de samba doido e pra quem não gosta, gostar...

PS. o Sérgio Cabral em questão não é atual o governador do Rio, mas sim seu papai, jornalista e boêmio bebum dos bons, um dos fundadores do Pasquim.
Salve !!!


Visgo de Jaca
Rildo Hora - Sergio Cabral

Já caçou bem-te-vi
Esqueceu do sofrê
É o diabo
Gaiolou curió
E calou o mainá
É o diabo

Segurou com o visgo da jaca
Cambaxirra, coleiro cantor
Tal e qual me prendeu a morena dendê
No amor...
São Francisco, amigo da mata
Justiceiro, viveiro quebrou
Mas não viu que a morena maltrata e me faz sofredor

Minha terra tem sapê, arueira
Onde canta o sabiá
E a morena quer me ver na poeira
E sem asa prá voar



tem nos iutubis e nas rádiosweb, caça lá com seu botoque

...

Sobre a Gripe Suína (ou Influenza A)

_ Eu lavo minhas mãos ...


Por Renato Cabral

o tempo ? que nada...

o tempo urge.
ouçam, vocês.

o som das mandíbulas estraçalhando os dias.


.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Não tenha medo, não! [Rua Moreira, 65]


Suje os pés na lama
E venha conversar comigo
Comigo
Chore, esqueça o drama
E venha aliviar
O amigo
Vem, não tenha medo
Não tenha medo
Não tenha medo, não
Vem, não tenha medo
Não tenha medo, não
Vem, não tenha medo
A barra está pesada
Vem, não tenha medo
A barra pode aliviar
As pessoas são uns lindos problemas
Eu posso até acreditar
Eu acho tudo isso uma grande piada
Ou então eu não posso achar
Não me espera pra beber seu veneno
E nem pra ver você chorar
Demoro o tempo que for necessário
Eu moro longe
Eu posso nem chegar
Demoro o tempo que for necessário
Eu moro longe
Eu posso não voltar
Demoro o tempo que for necessário
Eu moro longe
Eu pó...
Sérgio Sampaio
Álbum "Eu quero é botar meu bloco na rua"

segunda-feira, 3 de agosto de 2009







Sou um boxeador morto em combate


...