Esticou em um prato a metade primeira de si próprio.
Inalado, percorreu em direção ao cérebro um trajeto perpendicular ao abismo; foi quando se deu conta de que precisava de mais de si.
Cheirou-se.
Cheirou-se.
Em meio à euforia de cores e desatinos - seguidos de alguns minutos para reflexão -, lembrou-se de que cheirava, ali, o Renoir adquirido por sugestão de uma das filhas, assim como já cheirara ternos, motos, a Fender autografada por Clapton... prato limpo!
Há dias naquela espelunca, sozinho e em fim de carreira, descobriu que cheirava mal.
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Esse poema não é meu, é do amigo Muryel de Zoppa, e depois de tê-lo na boca (o poema, não o Muryel) por três oportunidades nos últimos dias, tomei a liberdade de posta-lo aqui.
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