sábado, 29 de maio de 2010

1 ano de Deserto Sonora




Há 1 ano, a Juanna Barbêra, banda da qual eu fiz parte, lançava seu disco Deserto Sonora. Logo em seguida a banda se desfez e cada um dos Barbêras seguiu seu rumo. Uns montaram outras bandas, outros se tornaram produtores culturais, alguns se tornaram artistas multimídia, outros foram se internar em clínicas de reabilitação ou mesmo hospícios e outros foram simplesmente cuidar da vida, o que, convenhamos, já é muita coisa.
A música fica no ar.

O CD com aquela capa maluca do Peyote tornou-se "souvenir" de sebos e colecionadores.
Na minha última busca no Mercado Livre, valia uma fortuna.

Confere aí pro seu deleite.

www.myspace.com/juannabarbera

Verão em terras indígenas




Um índio de Pindorama sentado em sua pedra ancestral, observa solenemente toda a vasta terra que o cerca.
Tendo somente como testemunha, ardendo, o sol selvagem sobre sua pele se lembra de sua tribo, de suas lanças, de seus cocares, de si próprio e dos seus.
Se lembra, como que num sonho, de tudo que existiu.

Planeja sem mesmo saber como, seu retorno.
O que lhe resta? A não ser tudo aquilo que lhe cerca?
Porque? Não há resposta no silêncio.

No entardecer sepulcral da floresta, se ouve um grito primal de um índio de Pindorama, solitário e amargurado.
Trouxeram a ele, os homens que caminham sobre as águas, entre tantas coisas que trouxeram; como dor, sangue e morte, uma palavra que mesmo em outros dialetos e idiomas não se encontra ou acrescenta significado.
Trouxeram a ele a solidão e sobretudo lhe apresentaram enfaticamente, e em bom português de Portugal a palavra... saudade.