terça-feira, 28 de dezembro de 2010

de trompetes e bonsais



Ele era preto
Ele gostava de bonsais
Ele era bonito
Ele tocava trompete

Meu amigo morreu

Ele me deu uma cachorra
Nós tomamos chá de cogumelo
Ele sabia o mapa das estrelas e suas constelações
Nós viajamos pra terras de Dona Beija

Meu amigo morreu

Ele tinha os olhinhos apertados
Nós fizemos farra e tocamos fogo numa cama em cima do telhado
Ele me falava sobre falésias e os desertos de Atacama
Nós dividimos conta de bar

Meu amigo morreu

Ele me conquistou
Nós fizemos músicas
Ele se apaixonou
Nós amamos juntos

Meu amigo morreu

Ele pulava de pontes e atravessava rio a nado
Nós não sabíamos mentir
Ele inventava solfejos
Nós jogávamos poker e carteado

Meu amigo morreu

Ele gostava de mim
Nós fizemos músicas
Ele sabia que eu gostava dele
Nós escrevemos poemas

Meu amigo morreu

Ele era preto
Ele gostava de bonsais
Ele era bonito
Ele tocava trompete

Ele não está aqui mais...

Meu amigo morreu


para Ederval

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2 comentários:

Anônimo disse...

Precisando, eu te apresento o Almorxerife:

Táqui o prástico viu-Dona Cida!
Milhor q o prástico não inventaram nada ainda!
E eu não acho q o prástico seja assim...nenhum prásticocida/Não-não...
Cê qué-sabê-Cida!!?
o prástico na verdade não tá é nem aí!
o negócio do prástico minha querida/
Cê qué-sabê-eu-vou-te-contá...
Prenda minha!
O negócio do prástico é a Po-li-a-mina!

Cintia Godoi disse...

estudei com o ederval. só soube ontem ... me deu uma tristeza muito grande. sonhei com ele à noite. ele foi um cara excelente, sensível. gostava de plantas, de música, era doce, às vezes ingênuo ... grande menino. adorava a voz dele, as músicas que ele tocava ... pelo menos pude aproveitar um pouco de sua vida.