sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Na falta d’um bom título ( outro eloqüente poema de protesto)

Me decidi

Já perdendo meu humanismo
Logo logo serei lacaio do sistema
Nada de chinelo havaiana

Me rendi ao capitalismo
Agora só sapato camurça de pêlo de ema
Ficar rico sem moralismo!
Amigos diriam.

_ Que pena. Perdeu o lirismo!

Segunda, dia ainda escuro, lá me vou

Mas desisti

Quando vi
a fila dava volta no quarteirão
Volto, então, depois do Carnaval pra vender a alma ao Diabo
Eita Inferno mais disputado
Parece o 132 na hora do almoço
Mas dizem que o salário é bom e tem ticket-refeição
Depois deixo meu curriculum pro danado, pro tinhoso
[com a devida carta de apresentação

Jovem próspero e sem um tostão requisita vaga em sua repartição para trabalhos de 6 horas, e que pague em dinheiro corrente. Já lhe avisa que é avesso a chibatadas e beliscões, mas se propõe a extorquir senhoras de idade, e velhinhos solteirões, bem como fazer galhofa e pilhéria da cara de crianças e anões.


Sem mais para o momento, se despede, usando rimas chulas todas terminadas em ão e promete não mais rimar, assim seja na puta que pariu bem como no quinto dos infernos.


E tenho dito...

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