"Ligo pro motorista ? Não, melhor um táxi. Sim, um táxi.”
_ Vamos de táxi Efrain ?.
_ Claro Isabelle.
_ Táxi ... Táxi ...
“Um táxi, sujo, dum motorista que tem uma pinta, ou melhor um verruga na cara, e a sua cara também é torta. Ele é bem feio. Com seu chapeuzinho enfiado na cabeça. Merda, que tenho eu a ver com o maldito do taxista. Na pior das hipóteses ele vive de aluguel numa casinha dos fundos com a mulher e os três filhos, e eu sou livre e desimpedida. Rica. Ao menos, por enquanto. Sou é esnobe e drogada. Coitado do taxista, nem o conheço e falando assim do miserável. Queria estar nua. Pelada. Parece que bate um vento bom lá de fora."
_ Pare o táxi.
_ Mas aqui na ponte senhora?
_ Sim.
_ Tudo bem.
“Ah , que vento delicioso."
_ Moça o que está fazendo? Você está louca.
Nos carros que passam, os motoristas buzinam em regozijo.
Efrain, condescendente, acende um cigarro Gitanes egípcio e oferece outro ao taxista.
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* verso da música dos Titãs, “Disneylândia” do disco Titanomaquia de 1993.
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