Há mais de uma semana caminho pelas ruas da cidade com a mesma justa calça jeans e meus surrados sapatos de couro rasgado. Nos meus calcanhares, bem como em todo o corpo a pele anda grossa e espessa.
Venho não precisando de muito nem me contentado com pouco.
No caminho, encontrei algo que havia perdido, sentindo falta dos anéis, já que foram-se os dedos.
E apenas pra exercitar meus súbitos ímpetos, dias desses troquei em antiquário meu antigo relógio de bolso, presente de velhos parentes, por uma nova relíquia, um lustroso coração de bolso.
A meu ver foi jogo, pois além de marcar as horas, meu coração não atrasa e também bate calado.
(foto de Antônio Machado
http://www.flickr.com/photos/antoniomachado/2726259403/ )
2 comentários:
acho tão bacana esse teu jeito simples de dizer coisas mais comuns "do sentimento" sem passar desapercebido mas também sem ser um texto pretensioso, adoro :}
Gostei da relação que fez entre o relógio e o coração. Me lembrou um trabalho meu, pequena animação, em que também fiz uma analogia entre esses dois elementos VITAIS.
:)
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