quinta-feira, 26 de março de 2009

Licença poética cassada



Recebi uma carta sis dias, informando que minha licença poética foi cassada.

Foi abatida a tiros numa tardinha de sol pelos estetas da nova ordem, enquanto corria no Parque do Sabiá para manter o corpinho sarado.

Sua carcaça foi levada ao IML do Umuarama.

Devo comparecer o mais breve possível ao local para o reconhecimento do corpo, a fim de evitar que o cadáver seja utilizado pelos estudantes de Medicina em suas aulas de anatomia.

Caso contrário minha poesia será dissecada, servindo desumanamente às causas da humanidade.

Cura para impotência, mau hálito, dor de cotovelo.

Agora sem licença permaneço, mandando sinais de fumaça e mensagens em garrafas, escrevendo até que me encontrem em meu subterrâneo esconderijo e me alvejem com balas de açúcar candy e impropérios, sobre como escrevo mal.



(foto de TravelingMango http://www.flickr.com/photos/qchristopher/2214924797/

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